Pode parecer óbvio. Só que não!
Essa frase surgiu durante uma visita a Belém do Pará, minha cidade natal, onde conheci o projeto Matematicando, que facilita o ensino das operações matemáticas básicas, usando atividades neurolinguísticas associadas a premissas em cromopedagogia. Havia conhecido o projeto pela internet, me chamou super a atenção e não podia perder aquela oportunidade de conhecer mais de perto.
Naquele dia, Walter Lima, coordenador do projeto, me recebeu em sua sala de reuniões, no centro de inovação da UFPA, colocou três dados na minha frente e me fez a seguinte pergunta:
— Qual a soma das faces que estão viradas para baixo?
E de repente, aquela pergunta me deixou numa sensação de “sinuca”, um branco. E eu fiquei ali, contando, imaginando, tentando adivinhar a resposta como se aquilo fosse uma daquelas “mind tricks”. Bom, no final eu chutei uma resposta lá aproximada e quase fiz uma dissertação pra explicar a Walter como eu tinha chegado naquele resultado.
Muito além de tudo isso, Walter pegou um único dado da mesa e me convidou a observar aquele dado. Após breves segundos de observação e experimentação pude constatar que a soma das faces opostas de um dado é sempre igual a 7.
O que aconteceu ali? — Bom, primeiro eu me senti um idiota :(
Mas a parte dessa breve constatação, fiquei me perguntando: quantas vezes não nos sentimos assim? Diante de problemas no trabalho, nos projetos e empreendimentos da vida? Diante de uma sensação de “sinuca”, de “branco”, de:
— E agora? Como vou resolver isso aqui?
Pois bem, nós, seres humanos temos uma capacidade incrível para criar problemas complexos. Mas é interessante perceber que, similar a engenharia de computadores, a resolução de problemas complexos parte sempre da quebra de problemas grandes em problemas menores, logo: mais fáceis de serem resolvidos. Essa abordagem torna #tangível e #escalável a #resolução de grandes #problemas.
De forma análoga, o Pensamento Visual nos aproxima dessa abordagem, na medida em que nos convida a observar as pequenas partes de um desenho e ao mesmo tempo observar sua relação com o todo. Ou seja, o desenho possibilita estabelecer uma visão objetiva, analítica, racional e, ao mesmo tempo, oferece uma visão subjetiva, holística, intuitiva e criativa. Bastando para isso, olhar com mais atenção para o mundo a nossa volta.
Voltando ao caso dos dados, a partir de uma #observação mais atenta pude descobrir o padrão estrutural de um dado. Logo, descobri que os outros dados eram iguais. Então, o mistério revelado se reapresentou como a coisa mais simples do mundo! Descobri o padrão por detrás dos dados. Mas veja, antes de ter acesso aquela #percepção estrutural, a pergunta:
— Qual a soma das faces que estão viradas para baixo?
Parecia uma incógnita capciosa. Então, de fato:
O que aconteceu naquela mesa de reunião com Walter foi fruto da minha falta de conhecimento em relação a dados. Se eu entendesse de dados, aquela pergunta jamais representaria pra mim um enigma. Pode até não parecer uma descoberta muito relevante. Mas, e se levarmos essa percepção visual, esse senso de observação atenta para outros contextos? Profissional, afetivo, familiar, cultural, social, político…
Essa percepção curiosa, que explora o mundo diante de nós de maneira multi-direcional, tem o poder de nos conduzir a zonas onde surgirão novas perguntas, novas respostas e novos aprendizados, configurando em nós um comportamento mais crítico e sensível diante dos atos e fatos do cotidiano. Costumo dizer que essa visão multi-direcional tem o poder de despertar na gente uma percepção ampliada, possibilitada a partir do aprimoramento e refinamento da visão, nos conduzindo por caminhos onde podemos #aprender a partir de nós mesmos. E esse aprendizado é transformador!
Se eu pudesse sintetizar meu trabalho com Pensamento Visual em uma expressão, essa expressão seria: “tonar visível”. E é impressionante o quanto somos tendenciosos a passar desapercebidos por inúmeros fatos, acontecimentos e detalhes, que são muitas vezes cruciais e decisivos em nosso cotidiano, simplesmente pelo fato de que não vimos.
Quer conhecer mais sobre as abordagens que venho desenvolvendo utilizando Pensamento Visual? Confere aqui ;-)
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